quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

BESOURO É USADO PARA CONTROLAR PARASITOS DO GADO

Criado em laboratório pelo Núcleo de Estudo e Pesquisa em Produção Animal (Neppa) da Faculdade de Agronomia da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), Campus 9 (Barreiras), o besouro ‘rola-bosta’ africano (Digitonthophagus gazella) é usado em programas de controle biológico de parasitos do gado, principalmente a mosca-dos-chifres e as verminoses, que causam prejuízos à pecuária. O interesse de pesquisadores e pecuaristas por besouros coprófagos se deu a partir de 1960, com a observação de que milhões de toneladas de excrementos de bovinos se acumulavam anualmente na superfície das pastagens australianas. A grande quantidade de fezes acumuladas na superfície do solo promoveu a perda de pastagens (rejeição de forragem contaminada com excrementos) e o aumento do número de helmintos e moscas (principalmente a mosca-dos-chifres), prejudiciais ao gado. A aplicação de grandes quantidades de produtos químicos para proteção dos rebanhos tornou as moscas resistentes e ocasionou problemas de resíduos químicos na carne produzida. Assim, a Austrália iniciou um programa de controle biológico introduzindo besouros coprófagos exóticos adaptados às fezes bovinas. A pecuária brasileira enfrenta diversos problemas sanitários no rebanho, sendo a mosca-dos-chifres e as verminoses muito comuns. No caso da mosca-dos-chifres, vários métodos químicos já foram utilizados para combatê-la, mas o uso desordenado de endectocidas e de agrotóxicos tem causado um significativo impacto ambiental, além de aumentar os custos de produção. Outra desvantagem do controle exclusivamente químico é que os parasitos criam resistência ao princípio ativo do produto. A eficiência dos besouros coprófagos em reduzir a população de larvas de nematódeos gastrintestinais tem sido observada em diversos trabalhos. Os nematódeos parasitos causam prejuízos ao rebanho, reduzindo o ganho de peso e aumentando o índice de mortalidade.
SOLUÇÃO NATURAL
As massas fecais de bovinos podem permanecer nas áreas de pastagens durante oito a nove meses, constituindo-se em uma ameaça de ordem sanitária ao rebanho, devido aos parasitos a elas associados. Temporariamente, esses excrementos reduzem a área útil da pastagem pela rejeição da forragem contaminada. E a solução natural para combater esses parasitos vem do besouro ‘rola-bosta’ africano. A grande eficiência está no fato desse inseto enterrar rapidamente os dejetos dos animais, interrompendo o ciclo de vida dos parasitos na fase de desenvolvimento que ocorre nas fezes. Consequentemente, os besouros coprófagos se constituem em uma maneira econômica e prática de incorporação de massas fecais ao solo, reduzindo larvas de moscas e nematódeos, além de contribuir para a reciclagem de nutrientes na pastagem. O Digitonthophagus gazella é um coleóptero coprófago originário da África e por ser utilizado em vários países em programas de controle biológico foi importado do Texas (EUA) para o Brasil, em outubro de 1989, pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), conforme autorização da Portaria 28, de 22 de julho de 1988, da Secretaria de Defesa Sanitária Vegetal. Esse inseto, que tem pouco mais de 1,5 centímetro, vive cavando galerias no solo e enterrando as fezes a uma profundidade de 25 centímetros, onde faz seus ninhos. As fêmeas não possuem chifres e têm as pernas mais curtas que os machos. Um casal de besouros africanos chega a enterrar cerca de sete quilos de fezes por ano e destroi um bolo fecal em 48 horas – dez vezes mais que o besouro brasileiro (Dichotomius anaglypticus). A evolução da espécie africana pela seleção natural se deu em um continente com grandes rebanhos de mamíferos selvagens, como elefantes, rinocerontes, girafas, antílopes, zebras, entre outros, resultando em grande quantidade de fezes, diferentemente da América. No Brasil, houve um crescimento muito grande no efetivo populacional de bovinos nos últimos 40 anos e por isso a fauna nativa não tinha tido tamanha oferta de excrementos de bovinos.
Fonte: Governo da Bahia
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