Estudos piloto demonstraram eficiência de até 87% no controle do parasita com o uso de formulação que contém diferentes antígenos
Desenvolver uma vacina contra o carrapato-do-boi está longe de ser tarefa fácil. De acordo com a pesquisadora Isabel Miranda Santos, da Universidade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, testes mostraram que para alcançar maior eficiência é necessário trabalhar com vários antígenos. “Nos últimos experimentos que fizemos, tivemos níveis de eficiência de 73% com um conjunto menor de antígenos, e 87% com outro maior”, diz.
A vacina mais eficiente provocou danos sobre as fêmeas do carrapato, que após sugarem o sangue dos animais ficavam túrgidas (inchadas) e não conseguiam botar ovos. Com menos parasitas nas pastagens, o controle da infestação é facilitado.
Além da questão do maior número de antígenos, que difere de outras pesquisas nacionais e internacionais, a solução desenvolvida na USP tem mais uma vantagem. “A diferença é a origem das proteínas que são utilizadas. No caso da nossa vacina, a escolha foi por antígenos a que o boi é exposto naturalmente”, afirma Isabel.
Enquanto os antígenos da vacina cubana, Gavac, já disponível no mercado, estão presentes no intestino do parasita, a vacina estudada na Universidade de São Paulo tem como base antígenos que são inoculados no boi durante o processo de fixação do carrapato no seu couro. “Então, o contato permanente com esses antígeno reforça a imunidade do rebanho, fazendo com que a memória do animal vacinado seja mais durável”, explica a pesquisadora. Na prática, o reflexo é observado na menor frequência necessária entre uma e outra vacinação; período que ainda não foi completamente definido.
O fim dos carrapaticidas - O que se sabe é que a vacina pode substituir o uso de produtos químicos no controle do carrapato. Esses produtos, além de serem potenciais geradores de resíduos na carne e no leite dos animais, têm tido sua eficácia comprometida com o desenvolvimento de resistência entre os parasitas.
“A cada ano você tem nas pastagens de dois a três tipos de carrapato, e cada fêmea deixa ali muitos descendentes. Fazer o controle só com uma arma é aumentar a chance de selecionar os parasitas. Aqueles que criam resistência diminuem a eficácia dos produtos”, afirma Isabel.
Hoje, além da vacina, estão sendo estudados repelentes e marcadores genéticos no combate ao parasita. “Certas raças bovinas têm por característica serem menos suscetíveis ao carrapato, e isso é hereditário”, diz a pesquisadora. No caso desses animais, quando as fêmeas do carrapato eventualmente conseguem sugar seu sangue, elas põem menos ovos. “Então, é como se essa característica funcionasse como uma vacina autógena”, explica Isabel. Um exemplo de raça animal mais tolerante aos carrapatos seria a Braford, comparativamente aos taurinos puros.
Comercialização - Patenteada, a vacina desenvolvida na USP de Ribeirão Preto segue no momento em fase de transferência de tecnologia para a iniciativa privada. “Desde 2014, a Bayer demonstrou interesse nos nossos resultados e estamos trabalhando para colocar um produto no mercado”, diz Isabel. Por enquanto, não há previsão para o lançamento.
Fonte e Imagem: Portal DBO - http://www.portaldbo.com.br/Revista-DBO/Noticias/USP-Ribeirao-Preto-desenvolve-vacina-contra-o-carrapato/18524 - Por Marina Salles.
Agropecuária NUTRIVERDE® - Um novo conceito em Saúde Animal - Todos os Direitos Reservados
Rua Dom Bosco, 940 - Castelo - CEP 14.300-000 - Batatais-SP
CNPJ: 10.968.775/0001-09 - IE: 208.119.588.119 - SAC: agropecuaria.nutriverde@hotmail.com
CNPJ: 10.968.775/0001-09 - IE: 208.119.588.119 -
FONE: Tim (16) 98135-2934 - WhatsApp: +55 (16) 98135-2934
Copyright © 2009-2020 - Blog designed by Sérgio Raymundo
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado pela visita. Aproveite e deixe aqui o seu comentário.