sexta-feira, 3 de maio de 2013

VERMIFUGAÇÃO NA SECA

Como fazer a vermifugação correta na seca
O período da seca é o momento ideal para se fazer tratamentos estratégicos no rebanho a fim de reduzir a contaminação dos pastos.
A verminose no gado de corte é um fator de relevante importância para o desempenho produtivo do rebanho. O impacto pode ser sentido através da redução do ganho de peso, principalmente em algumas categorias como os animais jovens até os dois anos de idade e as fêmeas no periparto. Os prejuízos serão dependentes da Idade, raça, condição fisiológica do animal, da contaminação ambiental e do tipo de manejo, este último, quanto mais intensivo maior será a infestação dos animais.
Os prejuízos são resultantes dos nutrientes roubados pelos parasitas, dos nutrientes dispensados pelo animal no combate aos mesmos, a exemplo da resposta inflamatória que resulta em encapsulamento dos parasitas a nível intestinal formando pequenos nódulos, e do desenvolvimento da doença clínica caracterizada principalmente por anorexia (perda do apetite), além do aparecimento de doenças oportunistas.
Diversos gêneros parasitam o aparelho digestório, em especial a porção gastro-entérica, onde evidenciamos uma maior importância do Haemonchus spp., da Cooperia spp e do Trichostrongylus. Fatores nutricionais influenciam no grau de parasitismo dos animais. Dietas pobres em proteína diminuem a capacidade de resposta imunológica contra os parasitas, acarreta maior infestação animal e conseqüente aumento da contaminação dos pastos, tal fator torna-se relevante em animais criados a pasto, já que a maioria das pastagens tropicais apresentam deficiências.
Nas condições tropicais deveremos encarar o parasitismo como algo a se conviver, mas passiva de controle e de redução dos prejuízos causados quando economicamente viável os tratamentos empregados. A presença dos parasitas nas pastagens é dependente do clima, onde épocas do ano mais úmidas favorecem a persistência viável dos ovos e larvas no meio ambiente.
No estabelecimento da estratégia de controle deveremos levar em consideração a sazonalidade e as categorias mais sensíveis ao parasitismo. Tratamentos deverão ser realizados a fim de mantermos uma baixa contaminação das pastagens e infestação dos animais pelo maior tempo possível.
Quando nos referimos à categoria animal, os animais jovens são mais sensíveis. O período da desmama é um momento crítico, pois acarreta em redução da imunidade decorrente do estresse sofrido. Apesar de não haver riscos de óbitos, uma vermifugação nesse momento reduzirá a contaminação da pastagem. Essa mesma constatação será dispensada às vacas parturientes, onde no terço final de gestação ocorrerá uma redução natural da resposta imunológica. A vermifugação estratégica neste momento, além de reduzir a contaminação das pastagens, ajudará no aumento do índice de escore corporal das fêmeas e, conseqüentemente, na minimização dos riscos de problemas durante o parto e produção de um colostro de melhor qualidade, além de diminuir a infestação dos bezerros.
Animais destinados à terminação em pasto ou em confinamento apresentarão melhor desempenho na conversão alimentar quando desparasitados previamente, embora possam ser re-infestados ao longo do tempo.
À medida que a dissecação reduz a viabilidade de ovos e larvas nas pastagens, verificamos que durante o período seco do ano, o interior do corpo do animal é o melhor local para que os parasitas consigam sobreviver. Portanto, o período de seca será o momento ideal para que realizemos tratamentos estratégicos no rebanho a fim de reduzirmos a contaminação dos pastos no próximo período de chuvas e para facilitarmos o melhor aproveitamento da forragem que estará em escassez. Podemos realizar neste período três vermifugações: no início, meio e fim da estação seca da região.
No manejo preventivo de bicheiras do recém-nascido de corte é comum aplicarmos antiparasitários nos primeiros dias de vida, estes normalmente possuem efeito contra parasitas gastro-intestinais. Os bezerros poderão ser vermifugados aos três meses de idade quando será iniciada suas vacinações e posteriormente na desmama. Uma vermifugação semestral até os dois anos de idade deverá ser realizada após a desmama.
De nada adiantará traçarmos nossa estratégia de controle se falharmos na escolha e manejo dos vermífugos. A escolha do endectocida deverá obedecer a fatores como custo, particularidades de cada grupo químico e, fundamentalmente, sua eficiência no tratamento. Em geral não devemos utilizar mais que dois grupos químicos até que estes percam sua eficiência. Esta poderá ser avaliada por exames de fezes dos animais como a Contagem de Ovos por Grama (OPG) realizado por um médico veterinário ou laboratório especializado.
Algumas particularidades dos medicamentos devem ser observadas como a capacidade da abamectina de atravessar a barreira hemato-encefálica de animais jovens e acarretar no seu óbito, a não atuação sobre larvas de moscas de alguns vermífugos em épocas que podemos utilizar um que apresente esse efeito e a maior eficiência de vermífugos administrados de forma oral do que os injetáveis embora possuam um manejo mais demorado quando comparado aos vermífugos injetáveis. As informações oferecidas pelo fabricante deverão ser obedecidas estritamente para evitarmos sub e sobre-dosagens.
Fonte: Raul Mascarenhas é médico veterinário e pesquisador da Embrapa
Site: http://www.portaldbo.com.br/Portal/Conteudo/Artigos+Tecnicos/442,,Como+fazer+a+vermifugacao+correta+na+seca.aspx
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